Sabrina Sato aparecerá completamente disfarçada em seu novo programa no GNT com o objetivo de celebrar mulheres com trajetórias inspiradoras. Em "Sua Maravilhosa", que estreia amanhã (30), no GNT e no Globoplay, para assinantes premium, a apresentadora se transforma em cinco personagens irreconhecíveis para contar histórias reais e emocionantes de dez mulheres. Mas como isso será possível com a sua voz e o sotaque marcantes? Esse foi um dos desafios destacados pela apresentadora na coletiva de imprensa realizada na última quinta-feira (25).
Na atração, Sabrina compartilha com o público toda a sua autenticidade, carisma, bom humor e empatia para se aproximar de mulheres que nem imaginam com quem estão conversando e estão prestes a viver uma grande surpresa.
"Queríamos trazer esse olhar afetivo e, falando em Sabrina, não podia ser um formato que não tivesse muito humor. Ela tem que se desafiar, incorporar uma persona para conseguir estar perto dessas mulheres e ter uma conversa real, como uma anônima. É um projeto que tem humor, um squad maravilhoso e a gente se diverte com as mirabolâncias dos preparativos dessa missão. Mas é muito emocionante também", explica Flávia Lima, Gerente de conteúdo variedades de produtos digitais da Globo.
O squad que apoia a apresentadora nessa jornada e embarca com ela na missão de surpreender as mulheres que estão em momentos decisivos de suas trajetórias é formado pelo influenciador Theodoro; por Gui Paiva, amigo de Sabrina há quase 10 anos; e pela atriz Eliana Fonseca, a Lili, preparadora de Sabrina neste desafio.
"Esse projeto é mais do que entretenimento, é uma celebração da força e da autenticidade das mulheres brasileiras, por isso é muito especial. É um formato com o DNA da Sabrina, uma mulher empoderada e que empodera mulheres, e que tem uma premissa divertida que também é dela, leve e emocionante", acrescenta Nani Freitas, CEO da Endemol Shine Brasil, produtora da atração.
"Sua Maravilhosa", com direção de Renata Shoel e roteiro de Jéssica Reis, estreia no dia 30 e vai ao ar sempre às terças, a partir das 22h45.
Confira alguns momentos da entrevista de Sabrina Sato sobre o seu novo programa.
Você se transforma em cinco personagens para conversar com dez maravilhosas sem ser reconhecida. Como você disfarçou a sua voz e o seu sotaque?
Nesses mais de 20 anos de carreira, eu posso dizer que esse é um dos momentos mais desafiadores que eu passei, mas não estou sozinha. Estou bem acompanhada de mulheres maravilhosas que fazem esse programa acontecer, e uma delas é a Lili Fonseca, que é atriz, a minha preparadora, e faz parte desse squad. Ela me deu segurança para me divertir, para brincar. Eu tenho características muito fortes. Já saí disfarçada em alguns lugares em São Paulo para fazer compras, como na 25 de Março, na José Paulino, mas quando as pessoas escutam a minha voz, vai tudo por água abaixo. Então, fomos usando artifícios. E me descaracterizar é um trabalho muito difícil, não só fisicamente, porque tenho características muito próprias, como a verruga na testa, os olhos puxados, o nariz libanês, a boca gigante, o sorriso, mas tem ainda a voz e o sotaque. São muitas coisas, gente! (risos) Foi um trabalho de meses. Não é um trabalho de atuação, porque eu não estou numa novela, num filme ou fazendo um comercial, eu estou vivendo uma cena real, contracenando com alguém real e tentando buscar informações sobre essa pessoa, tendo que me entregar. Lembro que a Lili me falou: 'Sabrina, é muito mais fácil ser você, porque você já chega e dá um sorriso, arranca alguma coisa da pessoa. Não vai por esse caminho, não se entrega.' A partir daí eu fui tentando, me divertindo, com eles no meu ouvido o tempo inteiro. Foi bem legal.
Você é uma pessoa que gosta de ouvir e de falar. Foi difícil exercitar mais esse lugar da escuta?
Eu sempre fui uma boa ouvinte, mas eu sou uma ouvinte inquieta. E aí eu tive que ser mais quieta, mudar esse tom. Tudo isso foi bem difícil. E é engraçado que em alguns momentos eu posso ter me entregado, mas não sei mesmo se eu me entreguei ou não. Eu acabava me emocionando. Como era tudo muito real, eu lembro de me pedirem no ponto para não chorar. O perigo todo era ir tudo por água abaixo, era eu me descaracterizar inteira, de cair um nariz, uma bochecha, de molhar e cair tudo (risos). Foi muito trabalhoso, porque só de montação demorava umas 6 horas. Mas isso era até bom porque me dava uma baixa na minha energia. Acho que eu aprendi a controlar um pouco da minha energia, porque eu tenho essa minha personalidade esbaforida. Uma outra coisa que esse programa me deu, com as histórias e com tudo o que eu vivi, foi de não ter medo de me aprofundar, porque muitas vezes eu tenho medo de mostrar a minha vulnerabilidade, de me entregar de uma outra forma. Às vezes, com o meu sorriso, eu também mascaro muitas coisas. Esse programa conseguiu tirar essas minhas camadas que eu mesma fui colocando ao longo de tantos anos. Eu sempre me montei me fantasiando, e dessa vez eu estou me montando de mulheres reais.
De onde vieram as inspirações para se montar de cada personagem? Você se inspirou em pessoas que conhece, nas próprias convidadas?
Foram muitas inspirações, muitas mulheres criando. Era a Jéssica Reis, a Renata Shoel, a Chica Barros (supervisão artística), a Lili, a Flávia... E era um vai e volta, eu e a Lili fazendo a personagem em casa. A gente se inspirava em uma professora, aí eu lembrava de uma professora de português lá de Penápolis, aí tinha uma outra que a gente lembrava de uma amiga, sempre assim. Montamos uma playlist pra cada personagem e eu estou ouvindo todas (risos). Uma que escuta pagode, outra escuta MPB, a outra ouve K-pop. Foi um processo muito divertido, desafiador e de muito aprendizado também.
O programa busca exaltar a força dessas mulheres e dar a elas o reconhecimento que merecem. Em algum momento da sua trajetória você também sentiu essa necessidade de ser verdadeiramente vista e valorizada?
A gente tem que dar holofote, tem que dar palco para essas mulheres que merecem. Temos que lembrá-las o quanto são maravilhosas e incríveis. Precisamos fazer isso com todas as mulheres que nos cercam todos os dias. Eu sempre estou duvidando de mim, em vários momentos da minha vida profissional e pessoal. Falo que não vou dar conta, que não vou conseguir, que estou errada, que sou ruim, que não sou boa nisso. Fazemos isso com a gente, a vida nos leva a fazer isso, o dia a dia, as humilhações cotidianas, os perrengues (risos). Agora, se isso acontece comigo, imagina para a maioria das mulheres que, às vezes, se tornam invisíveis perante a sociedade, que desempenham papéis muito importantes para elas, para os filhos, para todo mundo? São mulheres que precisam ser sacudidas e ouvir o quanto são incríveis. Elas esquecem, a gente esquece. Passamos por isso muitas vezes na vida, eu já passei por isso em vários momentos. E tem momentos que, só de lembrar, me dá vontade de chorar e me emociona. Quando eu me tornei mãe, achava que não ia dar conta, que não seria capaz, que minha carreira tinha acabado, que as oportunidades iam sumir, diminuir. Isso também é um momento que toca muito a vida de uma mulher, dela correr atrás, de saber dar a volta por cima. Mas todo momento de virada pra gente é muito difícil, e vamos tocar nessa questão no programa. Todas as maravilhosas que foram escolhidas são mulheres que têm temas universais, como Síndrome do ninho vazio, a Síndrome da impostora, o momento de fazer algo pela primeira vez e que dá muito medo, pela falta de coragem, a questão da autoestima, dos relacionamentos. Essas mulheres e essas histórias vão mexer com todas nós.
Como foi a experiência de ficar sem a pinta na testa durante a sua descaracterização?
Quando eu era criança, eu queria muito tirar essa essa verruga. Eu perguntava para a minha mãe por que eu tinha esse sinal. E teve um momento que eu resolvi que ia começar a gostar da pinta. Eu demorei tanto para aprender a amar ela (risos), então ela tem um símbolo, representa muita coisa, faz parte da minha identidade. Mas ao mesmo tempo, foi muito bom ficar sem ela. Eu gostei de fazer várias personagens e poder me disfarçar. A gente descobriu um outro lado meu, colocamos uma prótese grossa na testa, mas que fica superleve, é um trabalho artístico excelente. Além da prótese de testa, usei prótese de nariz, de bochecha, só não usava de boca, mas a gente diminuía com maquiagem e usava dentadura. Para me descaracterizar, eu achava que ia ser mais difícil internamente, mas eu me entreguei, fui desapegada. Eu me diverti com esse momento, mas não vou tirar o meu sinal, não.
Como surgiu a ideia do programa e quais serão as participações?
A minha transformação chamou atenção porque é tão difícil as pessoas conseguirem me descaracterizar. Eles começaram a usar o termo desSabrinizando (risos). Mas o nosso foco são essas mulheres maravilhosas. No nosso primeiro programa está a Lilia Cabral, então para mim não foi fácil ficar logo de frente com a Lilia Cabral (risos). Tivemos várias participações. Teremos Ivete Sangalo, a Márcia Sensitiva, tem Nicolas Prattes, Rebeca Andrade. Um dia eu e Gui estávamos conversando, de madrugada, e veio essa ideia. Ele levou para o GNT, e aí começou o desenho, de como poderia virar um formato. Eu sou abusada, elas dividiam tudo comigo. E a Endemol entrou para produzir e formatar certinho. Assim surgiu o 'Sua Maravilhosa', que é um bordão meu, eu falo no dia a dia para as pessoas na vida real.
Você se emocionou ou tem alguma história que mais te tocou?
Não só eu fiquei emocionada em muitos momentos, como a Lili Fonseca também. Em vários momentos eu a vi emocionada e também nos bastidores, o Gui e o Theo. Até o Gui, que tenta segurar, se emocionou (risos). Não tem como! Mexe com a gente. O mais legal é que esse programa tem uma mistura de reality com dramaturgia, com entretenimento, com tudo junto. Isso é maravilhoso. Não tem como não se emocionar, não tem como a gente não querer abraçar, não querer estar com essas mulheres, porque você se vê nessas situações, você se vê em todos esses momentos.
Com a estreia de mais um programa no GNT, como avalia essa parceria?
Eu me encontrei no GNT, encontrei a minha casa, eu me sinto acolhida, amada. A gente desenha os projetos, conversamos muito, eu tenho amigas dentro do GNT. São mulheres que eu sei que posso contar. Falando do 'Sua Maravilhosa', é um trabalho que eu me senti querida e cuidada como pessoa e como profissional. Isso é tudo que eu precisava. Durante as gravações, eu passei por um problema pessoal. O meu pai descobriu um câncer, foi internado e está passando por um tratamento muito grande. E eu recebi acolhimento de uma forma que eu nunca tinha recebido na minha vida antes dentro do meu trabalho. Eu me senti vista e prestigiada, como eu quero que essas mulheres se sintam vistas e prestigiadas. É uma mulher pela outra. Sou muito grata, quero fazer dar certo e que essa parceria se prolongue.
Você sente falta de fazer programa de auditório?
Quando eu comecei no 'Saia Justa' e no 'Desapegue Se For Capaz', eu precisava lembrar que estava em uma conversa com uma amiga do lado, não precisa falar como se tivesse um auditório, um teatro ou em cima de um palco. Isso foi bom pra mim, foi um aprendizado. Mas eu vou acompanhando também as mudanças da televisão, da internet, quero estar junto. Eu sou aquariana, quero estar à frente, gosto de inovação. Eu sinto saudade de programa de auditório, mas quando falo saudade, é sobre algo bom que fica. Não sei se eu sinto falta, eu sinto saudade. Foi bom enquanto durou e enquanto eu fiz. E agora, que venham os próximos programas! Sou muito feliz no GNT, na Globo e com o Globoplay.
Em 'Sua Maravilhosa', você se transforma em várias mulheres para realizar sonhos de outras mulheres, para ajudá-las a se sentirem mais felizes, empoderadas e reconhecidas. Quais mulheres em você te ajudaram a criar essas personagens?
Eu acho que a gente vai descobrindo as mulheres que temos dentro da gente sempre que somos testadas. A vida vai nos testando. É um processo de autoconhecimento mesmo. E a cada momento da minha vida, eu descubro uma mulher dentro de mim que eu não conhecia. Vejo como um processo grande de descobertas, está sendo muito bom pra mim, muito importante. As mulheres que me inspiraram são mulheres maduras, profundas e sem medo de encarar a vida. E quando, às vezes, ela tem medo, vai com medo mesmo, sabe? É sempre bom levantar a bola de outra mulher, faz bem até pra gente. Quando vemos outra mulher brilhar, crescer, se realizar, quando levantamos outra mulher, a gente se levanta junto.
Você pode destacar se teve alguma história que foi mais marcante ao longo das gravações?
A gente conversava muito sobre as histórias dessas mulheres, para poder achar a solução do que íamos fazer para elas. E nessas conversas, rolava um debate. É engraçado porque muitas vezes mudamos a nossa opinião. Você começa com uma opinião a partir do que ouviu no vídeo do cúmplice sobre essa pessoa, imagina de um jeito, só que quando a conhece pessoalmente, descobre que é completamente diferente. Às vezes, a história era muito melhor do que o cúmplice compartilhou, era muito mais surpreendente, mais profunda. Muitas vezes isso acontece na vida, e aconteceu com a gente também no 'Sua Maravilhosa'.
Como foi a experiência de conversar como uma pessoa anônima com outras mulheres, sem que elas imaginassem que estavam se abrindo para Sabrina Sato?
A Lili foi me preparando para esse momento. E foi bem interessante, porque muitas vezes as pessoas só precisam ser ouvidas. Tinha momentos que eu precisava falar muito pouco, elas estavam muito fáceis. Essas mulheres precisavam muito ser ouvidas, então, nesse sentido, foi muito gostoso essa troca. E foi bom demais estar disfarçada! Eu gostei de não estar de Sabrina. Foi um poder muito grande. Eu, que sempre gostei de chamar atenção, gostei de me disfarçar. Posso tomar gosto por isso, viu? (risos)
E qual foi o maior desafio para evitar colocar tudo por água abaixo nesse disfarce?
O maior medo do squad era eu falar "gente!" ou "é verdade!", ou eu falar o nome da Zoe, ou ainda algo que eu pudesse me revelar (risos). Acho que teve gente que ia dizer que me achava um pouco parecida com Sabrina, só que a partir daí não posso contar mais. Tem que assistir!