Oscar 2025: Quem é Mikey Madison, atriz que desbancou Fernanda Torres e Demi Moore
ATENÇÃO: essa matéria pode conter spoilers de filmes recentes
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Divulgação |
Repetindo o feito de 25 anos atrás, quando Fernanda Montenegro perdeu o Oscar para a então novata Gwyneth Paltrow, Fernanda Torres viu seu tão sonhado Oscar ser levado para as mãos de uma novata, que, aliás, usava um look bem parecido com o de Paltrow.
Ao ser anunciada como vencedora do Oscar de Melhor Atriz, Mikey Madison se surpreendeu e já previu que a fatídica pergunta viria: quem é você? E, afinal, quem é essa garota de 25 anos que desbancou dois nomes veteranos do cinema, como Fernanda Torres e Demi Moore?
Mikaela Madison Rosberg nasceu em Los Angeles e é filha de dois psicólogos. Ela, assim como sua família, é judia e, antes de ser atriz, foi hipista profissional (sim, aos 10 anos de idade). Aos 14 anos, porém, decidiu que iria se tornar atriz. A jovem, então, aproveitou o fato de ter nascido na cidade do cinema e tentou a sorte.
Em 2016, foi contratada para atuar no seriado da FX Better Things. Ela já entrou como atriz principal e praticamente cresceu com o elenco, já que o seriado foi finalizado em 2022, cinco anos após seu início. Mas, no meio do caminho, ninguém mais, ninguém menos que Quentin Tarantino viu seu talento e a chamou para integrar o elenco de Era Uma Vez... em Hollywood, onde interpretou a assassina Sadie Atkins. Madison viu sua popularidade dobrar e os elogios sobre sua atuação começarem a surgir.
No mesmo ano, deu voz a Candi no filme A Família Addams e, no ano seguinte, deu vida ao assassino Ghostface no filme Pânico 5. Ao mesmo tempo em que interpretava a jovem amiga de todos, seu personagem teve uma reviravolta e se revelou a serial killer mais temida do cinema de terror. Essa sutil revelação conquistou os fãs do gênero e o mundo do cinema em geral.
Continuando sua trajetória de sucessos e oportunidades, Mikey viu em Pânico 5 sua chance para a escalada em Hollywood e abraçou o pedido do diretor Sean Baker para integrar o elenco de Anora, um filme sobre uma stripper russa de mesmo nome que se envolve com o filho de um magnata russo, mas se vê em apuros assim que a família do rapaz descobre que eles se casaram repentinamente.
Para interpretar Anora, Madison estudou a língua russa e o sotaque nova-iorquino do Brooklyn, já que sua personagem morava nesse bairro. Ela também visitou clubes de striptease e conviveu com trabalhadoras do sexo. O resultado foi o Oscar de Melhor Atriz.
Gravado durante a invasão da Rússia à Ucrânia e o governo do presidente Joe Biden, crítico ferrenho da atuação da Federação Russa na suposta volta do imperialismo soviético, Anora foi elogiado pela crítica especializada e pelas trabalhadoras do sexo, mas criticado por políticos e russofóbicos por representar massivamente o país transcontinental e sua famosa oligarquia. A indicação ao Oscar de Yuri Borisov foi considerada uma vitória nacional da Rússia contra os Estados Unidos, mesmo que o filme não tenha cunho político.
Goste-se ou não do resultado, isso não torna Demi Moore e muito menos Fernanda Torres menos profissionais em suas atuações. O Brasil deve, sim, ser celebrado por sua vitória com o Oscar de Melhor Filme Internacional, assim como Fernanda Torres por toda sua campanha, Walter Salles por sua direção e Mikey Madison por sua vitória surpresa.