Taylor Swift compra os direitos autorais dos seus seis primeiros álbuns
Depois de longa batalha com a antiga gravadora, a americana conquistou seus masters recordings
Foto: Reprodução/Instagram |
A cantora Taylor Swift anunciou nessa sexta-feira (30) que comprou de volta os direitos de seus seis primeiros álbuns. Numa disputa judicial desde 2019, a diva assumiu que havia perdido o direito de cantar seu próprio trabalho após a venda da Big Machine Records, sua antiga gravadora, junto com suas master recordings, que são a o resultado final do trabalho de um cantor e dessas cópias pode-se fazer outras, inclusive revender. Toda essa situação nós noticiamos, e detalhamos, aqui.
Para tentar contornar a situação, Taylor regravou alguns de seus álbuns antigos e os relançou sob novo selo, a Republic Records. Apenas dois desses álbuns ainda faltam para completar a lista de relançamentos e, agora depois de sua conquista, é possível que eles sequer vejam a luz do dia. Um deles é o mais aguardado, Reputation (2017), que, em carta aberta aos fãs, Taylor assumiu que sequer gravou um quarto da nova versão. Isso porque, de acordo com ela, esse é o único álbum que "eu senti que não poderia melhorar. Nem a música, nem as fotos, nem os vídeos. Então, fui adiando."
Enquanto ela regravava o que podia, seu catálogo era vendido para a Shamrock Holdings por cerca de US$ 300 milhões. Essa negociação também não houve participação de Taylor, pois não foi lhe permitido. E agora ela pagou esse mesmo preço para comprar seu catálogo de volta, composto por 11 álbuns de estúdio, quatro regravações, quatro álbuns ao vivo e inúmeras canções nunca lançadas. Esse valor dá cerca de 1,7 bilhões de reais.
Como ficarão os outros dois últimos álbuns a serem regravados? Taylor não informou. Mas os fãs já podem ouvir as versões antigas sem medo de promover quem prejudicou sua ídola no passado.
Confira a carta de Taylor completa e traduzida:
Oi.
Estou tentando organizar meus pensamentos de forma coerente, mas, agora, minha mente está apenas passando um slideshow. Uma sequência de flashbacks de todas as vezes em que sonhei acordada, desejei, implorei por uma chance de contar essa notícia para vocês. Todas as vezes em que estive tããããão perto, quase conseguindo, só para tudo desmoronar. Quase desisti de acreditar que isso poderia acontecer, depois de 20 anos tendo a cenoura balançada na minha frente e então puxada de volta. Mas isso ficou no passado agora. Desde que descobri que isso realmente vai acontecer, tenho chorado de alegria em momentos aleatórios. Finalmente posso dizer estas palavras:
Toda a música que eu já fiz... agora pertence a mim.
E todos os meus videoclipes.
Todos os filmes de show.
As capas de álbuns e fotografias.
As músicas inéditas.
As memórias. A mágica. A loucura.
Cada uma das eras.
Toda a obra da minha vida.
Dizer que esse é o maior sonho da minha vida realizado é até pouco. Aos meus fãs, vocês sabem o quanto isso foi importante para mim — tanto que regravei meticulosamente 4 dos meus álbuns, chamando-os de Taylor’s Version. O apoio apaixonado que vocês deram a esses álbuns e o sucesso que transformaram a The Eras Tour é o motivo de eu ter conseguido comprar minha música de volta. Não consigo agradecer o suficiente por me ajudarem a me reunir com essa arte à qual dediquei minha vida, mas que nunca tive posse até agora.
Tudo o que eu sempre quis foi a oportunidade de trabalhar duro o bastante para um dia poder comprar minha música de volta, completamente, sem cláusulas, sem parcerias, com total autonomia. Serei eternamente grata a todos da Shamrock Capital por serem os primeiros a me oferecer isso. A forma como eles conduziram todas as interações foi honesta, justa e respeitosa. Foi uma negociação comercial, mas senti que eles enxergaram o que isso significava para mim: minhas memórias, meu suor, minha caligrafia e décadas de sonhos. Sou infinitamente grata. Minha primeira tatuagem talvez seja um enorme trevo no meio da testa.
Eu sei, eu sei. E Rep TV? Transparência total: eu nem regravei um quarto ainda. O álbum Reputation era tão específico para aquele momento da minha vida, e eu continuei esbarrando em um bloqueio sempre que tentava recriá-lo. Toda aquela rebeldia, aquele desejo de ser compreendida mesmo se sentindo propositalmente incompreendida, aquela esperança desesperada, aquele deboche nascido da vergonha e da travessura. Para ser totalmente honesta, é o único álbum dos seis primeiros que senti que não poderia melhorar ao regravá-lo. Nem a música, nem as fotos, nem os vídeos. Então, fui adiando. Vai chegar o momento (caso vocês ainda queiram) para as faixas inéditas daquele álbum saírem do baú. Já regravei completamente meu primeiro álbum, e realmente gosto de como ele soa agora. Esses dois álbuns ainda podem ter seus momentos para ressurgir, no tempo certo, se for algo que vocês gostariam. Mas, se acontecer, não será a partir de um lugar de tristeza ou saudade pelo que eu gostaria de ter feito. Será apenas uma celebração agora.
Fico extremamente animada com as conversas que essa saga reacendeu na minha indústria entre artistas e fãs. Toda vez que um novo artista me conta que negociou a posse de suas gravações originais por causa dessa luta, lembro o quanto tudo isso foi importante. Obrigada por se importarem com algo que antes era considerado técnico demais para discussão pública. Vocês nunca saberão o quanto significa para mim que vocês se importaram. Cada pedacinho disso importou — e nos trouxe até aqui.
Obrigada a vocês e à sua boa vontade, colaboração e incentivo.
As melhores coisas que já foram minhas... agora realmente são.
Eufórica e emocionada,
Taylor