Gil do Vigor se apresenta no Peru com debate sobre Economia do Crime e o Impacto da desigualdade social na vida de negros e nordestinos

O evento aconteceu no Fórum RIDGE, em Lima, onde o economista dialogou sobre as temáticas de seu PHD.

Foto: Melina Tavares Comunicação


Nesta quinta-feira (16), Gil do Vigor participa do Fórum RIDGE, no Peru, com a palestra "Consequências do assassinato do meu amigo: analisando o impacto do assassinato de um colega de escola no envolvimento de um crime". O tema é inspirado em sua própria trajetória, com a perda de um amigo na época da escola - fato que impulsionou sua decisão em investigar o assunto durante seu PHD.
 

Reconhecido como fonte de inspiração para milhares de brasileiros, Gil acredita na educação como ferramenta de transformação social. Nascido em Pernambuco, Gil viveu longos anos na periferia, onde presenciou muitas atrocidades causadas pela desigualdade social, principalmente para pessoas pretas e periféricas. Por isso, exibirá um panorama de sua cidade natal e um recorte por raça, trazendo dados quantitativos que evidenciam o ingresso de jovens no mundo do crime, a partir das condições estruturais da região. 
 

Novas frentes da pesquisa 
 

Sendo um grande apaixonado e entusiasta da educação, também está pesquisando sobre o impacto do programa Pacto pela Vida, estabelecido em Pernambuco para combater a violência e redução da criminalidade, com foco em homicídios. A proposta é trazer uma análise detalhada sobre o impacto do projeto na vida de pessoas pretas expostas à violência policial. "Quero verificar o efeito do projeto a partir do comparativo entre pessoas brancas e pessoas pretas", afirma o economista. 
 

De acordo com o relatório anual Atlas da Violência divulgado em 2023, em 2021, 79% das vítimas de homicídio no Brasil eram pessoas negras, enquanto as pessoas brancas representavam apenas 21,7%. Em Pernambuco, esse padrão se repete: entre 2015 e 2021, a taxa de homicídios entre pessoas negras foi mais que o dobro da registrada entre brancos, revelando uma desigualdade racial persistente mesmo em períodos de redução geral da criminalidade.
 

Em 2018 foi a primeira vez que o economista participou do Fórum, como aluno e espectador. Agora, sete anos depois, retorna ao evento para apresentar parte de sua pesquisa. "Estar de volta é um momento muito especial", comenta.

Foto: Melina Tavares Comunicação

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